sexta-feira, 9 de março de 2012

SOBRE MORDIDAS

AS MORDIDAS
Não é raro encontrar queixas de pais que, ao buscarem seus filhos no CEI os encontram mordidos por algum coleguinha. Geralmente são crianças pequenas, que estão aprendendo a dividir seu espaço com outras crianças da mesma idade. Nesse período estão aperfeiçoando seus sentidos e agora fora dos cuidados dos pais e precisando dividir a atenção dos adultos com outras crianças. Não é fácil para os pais assimilarem essas mordidas sem mágoa ou indignação, agora marcado pelos dentes de um colega. Tão desagradável quanto, é a situação dos pais da criança que morde. E assim uma cascata de cobranças começa em cima do CEI, por não ter profissionais suficientes ou qualificados, e se tem, não estavam atentos aos ocorridos.
Vale lembrar que as crianças estão em fase de amadurecimento e conseqüentemente estão aprendendo a exteriorizar suas angustias; medos; frustrações; anseios e descobertas. Através do sistema nervoso central começam a elaborar o tato, o paladar, a visão e a audição. Conseqüentemente com as novas descobertas aprendem a usar as mãos, os dentes como instrumento de defesa. E a MORDIDA entra nessa fase como forma de comunicação e de expressão. Já que os pequenos não dominam a linguagem verbal utiliza a mordida para expressar descontentamento, irritação, disputa de atenção e ate mesmo de carinho. Isso mesmo carinho, como eles não sabem ainda direcionar suas emoções, então a mordida se caracteriza seus sentimentos. Além disso, mudanças que esteja acontecendo em casa, bem como na adaptação do CEI.
Não fácil para a criança aprender a conviver com outras crianças da mesma faixa etária. A mordida faz parte dos mecanismos de defesas mais primitivos do HOMEM. Quando ele não consegue outra forma de comunicação, ou explorar o ambiente da forma que lhe agrada é possível que use esse artifício para marcar seu espaço. Cabem aos pais, professores, não supervalorizarem a mordida. Quanto o CEI, sabendo que está engajada com crianças que estão na fase de dividir, interagir. E se para os adultos isso já não é tão simples, imagine para uma criança. É necessário trabalhar de forma lúdica os sentidos, os gostos, o afeto e a divisão de espaço necessária para uma boa convivência. Acreditamos ainda que os pais devem ficar cientes que isso é um fato comum nas salas de aula onde convivem crianças que estão ainda em fase de amadurecimento.
A importância de não rotularmos os pequenos, porque nessa fase eles estão construindo a identidade, e se acontece os estigmas eles podem apresentar dificuldades em se relacionar. Assim é importante observar o que está acontecendo com seu filho se ele for o “agressor”, e explicar sobre a dor que o colega sente e mostrar outras formas de agressão. Caso seu filho seja a criança vitimizada é importante não rotular o agressor, como foi explicado no inicio. O ideal é junto o CEI auxiliar a criança a entender que não pode morder os colegas e nessa Judá é fundamental o apoio de todos, sejam professores, pais e coleguinhas.
 Vale lembrar que somos todos inocentes, tantos a criança que agride através da mordida, expressando seus conflitos internos, quanto à criança que não aprendeu seus mecanismos de defesas. Os pais que entram em angústia ao defenderem seus pequenos, quantos o CEI que depara com essa situação e muitas vezes se sente impotente ao receber o rótulo de negligente. A coerência entre os adultos é a melhor forma de suavizar esses pequenos conflitos diante da vastidão de angústia do mundo dos adultos.

À DIREÇÃO

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